Obesidade e Riscos para o Coração

Ser obeso, terminantemente, não é saudável.

Vários estudos internacionais, mostram que mesmo pequeno ganho de peso, podem aumentar as possibilidades de um indivíduo ter um "ataque do coração", independentemente de o mesmo ser hipertenso, hiperlipidêmico ou diabético. Por outro lado, a obesidade pode levar também à hipertensão, diabete, hiperlipidemia, artropatia e uma série de outras doenças mais ou menos graves.

O que é obesidade?

Obesidade é mais do que simplesmente um excesso de peso; é o acúmulo excessivo de tecido gorduroso comparado à massa magra de uma pessoa. Obesidade é um sério problema médico, geralmente mal tratado, causado por uma combinação de genética, erro alimentar e inatividade física. Não devem ser esquecidos os <1% de causas endócrinas.

Qual o obeso de maior risco?

O tipo de distribuição de gorduras é muito importante. Gorduras sobre o abdômen (maçã), aumentam o risco de doenças cardíacas, AVC, diabete e mortalidade total, quando comparada com pessoas onde a gordura se acumulada sobre os quadris (pêra).

E as crianças?

De acordo com um estudo publicado no Jornal de Epidemiologia e Saúde Comunitária (Inglaterra) em outubro de 1996, a obesidade na infância pode ser um indicativo de futuros riscos cardíacos.

Esse estudo que foi conduzido no Hospital St. Thomas em Londres, abordou 1700 crianças de 9 anos sendo que os pesquisadores encontraram um nível mais alto de pressão arterial, bem como de colesterol nessas crianças quando comparadas com outras de peso normal. Desses estudos presumiram que uma maneira de prevenção da doença no adulto, é reduzir a incidência da obesidade na criança.

Qual a fisiopatologia ?

Simplificadamente, a obesidade aumenta os riscos das coronariopatias de várias maneiras:

1. o excesso de gordura, por si só, aumenta o trabalho do coração
além de causar hipertrofia das paredes;

2. aumentando a pressão arterial;

3. aumentando os lipídeos sanguíneos (colesterol LDL e triglicérides) e diminuindo o colesterol HDL;

4. diminui a habilidade do organismo utilizar glicose, requerendo assim, um aumento do nível de insulina e consequentemente aumentando o risco de diabete. Diabete, por si só, aumenta o risco de "endurecimento" das artérias.

Robert H. Eckel, professor de Medicina e Fisiologia da Universidade do Colorado escreve no Jornal Circulation da American Heart Association, que a redução do peso, para muitas pessoas, parece ser útil na redução dos riscos de um "ataque cardíaco" e na falência da "bomba cardíaca. Tece também comentários sobre maneira de tratamento, dizendo que pessoas com IMC entre 25 e 30, devem fazer dieta hipocalórica, diminuir a ingestão de gorduras e aumentar suas atividades físicas. Para aquelas com IMC entre 30 e 35, acrescentar medicamentos e para aquelas com IMC acima de 35, hipertensa, diabética, hipecolesterolêmica, com apnéia obstrutiva do sono ou com problemas articulares, devem ser consideradas as possibilidades terapêuticas cirúrgicas.

O número de obesos cresce a cada dia. Qualquer pessoa com IMC acima de 25 está propensa às doenças acima mencionadas. Considerando a dificuldade que reside no "emagrecer", e mais ainda em "permanecer magro", é imperativo uma conscientização na prevenção dessa moléstia. É imperativo criar uma "consciência médica" que possa ver cada um de seus pacientes com história de obesidade na família, como um obeso em potencial. Cada indivíduo cujo peso de nascimento tenha sido maior que 3.500 gramas e/ou que tenha pai e/ou mãe obesos ou ainda que seja um glutão declarado é um obeso em potencial.

É sabido que pais obesos (ambos), têm 86% de filhos obesos, enquanto que ambos magros, apenas 14%.

Essa moléstia precisa ser tratada a partir da fecundação de cada óvulo humano.

Dr. Valter A. Eberlin Filho – CRMESP 33.337

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